segunda-feira, 8 de junho de 2009

Em relação às europeias...

Tenho visto em vários orgãos da comunicação social e ouvido alguns comentadores dizer que a vitória do PSD foi uma vitória de Manuela Ferreira Leite (até Paulo Rangel o disse, mas isso já é compreensível).
Não consigo perceber como alguém consegue dizer algo como isto.
Como é evidente e vísivel por todos, esta vitória foi de Paulo Rangel e de mais ninguém, pois por aquilo que tem feito a Secretária Geral do PSD, os resultados não teriam sido estes de certeza.

Não nos devemos esquecer de como tem sido o PSD na oposição durante estes anos e que para as legislativas não é o Paulo Rangel que vai concorrer!
Também não devemos esquecer de que estas eleições foram uma lição do povo português ao nosso governo, o que me deixa bastante optimista.
Além do resultado do PSD, vários partidos (mais "pequenos") tiveram bons resultados.
Afinal não estamos tão cegos como eu pensava!

Outro assunto que também quero falar é sobre os resultados destas eleições no resto da Europa.
Os partidos de direita registaram uma vitória expressiva sobre os socialistas.
Os partidos de extrema-direita e anti-imigração obtiveram igualmente alguns ganhos.
Para mim, aqui está algo preocupante. Digo isto, porque, na minha opinião, uma Europa a tender para a extrema-direita é prejudicial para o seu desenvolvimento económico e social.
Sendo Portugal um país de emigrantes, este tipo de política não nos beneficia em nada.
Mas há algo também de muito prejudicial nesta tendência! Nacionalismo excessivo... xenofobia, racismo, ódio, violência...
Este tipo de ideologias, além destes males que podem provocar, também atrasa algo que anseio e que penso que é o caminho para o ser humano.
Falo de uma globalização social e humana, sermos todos iguais, não existerem portugueses, nem espanhóis, nem franceses...sermos apenas hommo sapiens sapiens.

O ser humano já sentiu na pele o que dá nacionalismos e ideais de extrema direita, não há necessidade de mais. Mas penso que os resultados que este tipo de partidos obtiveram não se repetem...esperemos!!!

Filipe Vítor

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Oportunismo ou falta de profissionalismo?

Queria aqui falar sobre a professora de Espinho, acusada de abordar inadequadamente questões relacionadas com sexualidade e a vida privada dos alunos.

Após ter ouvido as palavras desta senhora para com os alunos, confesso que fiquei arrepiado!

Como é óbvio, esta senhora neste momento não tem condições para leccionar e logo concordo com a sua suspensão.
Na minha opinião, esta professora está com algum desequilíbrio a nivel mental, e digo isto, porque alguém no seu perfeito juízo, não fala daquela maneira a crianças, ou mesmo a adultos.

No entanto não devemos esquecer, que este caso, é um caso isolado.

Mas o que não é um caso isolado, é os oportunismos políticos e a falta de dignidade de alguns políticos portugueses!

Falo das declarações de Diogo Feio (deputado do CDS-PP) na Assembleia da República.

Para quem não sabe o CDS-PP é contra a educação sexual nas escolas.
E não é que Diogo Feio aproveitou a situação de Espinho, que nada tem haver com o assunto desta disciplina, para reforçar a posição do seu partido em relação a esta matéria.
Como é possível comparar o primeiro assunto com o segundo (porque o que ele fez foi uma comparação!)? Só mesmo alguém muito oportunista, muito pouco sensato e com uma grande "ansia de poder" é que toma atitudes destas!

Uma deputada do PS, disse que o que este senhor fez foi "feio, pois eu digo que é falta de profissionalismo!
Já agora, como é possível um partido político, onde supostamente estão pessoas instruídas e educadas, ser contra uma disciplina que informa os jovens a conhecer "em parte" a sua anatomia, como se deve evitar gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis?
Diz este partido que a sexualidade não é uma competência do Estado, mas sim das famílias.

Isto até dá vontade de rir, infelizmente.
Será possível não terem pensado, que poucos pais falam com os filhos deste assunto (por ser tabu ou alguns por não se sentirem confortáveis a falar disso com os filhos ou alguns mesmo por ignorância) e que existem pais, que falar deste assunto até dá direito a uma "bofetada" ou duas, não sei se me percebem!?

Mas em que país é que estes senhores vivem?
Segundo o CDS-PP, por exemplo, um pai conservador, vai explicar á sua filha de 14 ou15 anos o que deve fazer aquando da sua primeira relação sexual. É que temos que pensar, que ela vai tê-la.


A Sexualidade é uma parte importante da Cidadania.
Já chega deste tabu primitivo! Os seres humanos fazem sexo por prazer e não há mal nenhum nisso!


Peço desculpa, reformulo o que disse anteriormente: o seres humanos fazem sexo por prazer, excepto os que pertencem ao CDS-PP, que apenas o fazem para procriar e numa só posição!
Assim fica melhor.


Filipe Vitor

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mais um massacre em nome da democracia e da liberdade!

Dezenas de mulheres e crianças foram vítimas de um bombardeamento aéreo por parte das tropas americanas estacionadas no Afeganistão.
Mais um massacre em nome da democracia e da liberdade. O que esperam os EUA dos afegãos? Palmadinhas nas costas e beijinhos de agradecimento?
Enquanto se divertem no Afeganistão, os EUA continuam a financiar Islamabad, cada vez mais cercada pelos fundamentalistas islâmicos e com um verdadeiro arsenal bélico e nuclear à disposição... Será o Afeganistão uma ameaça maior que o Paquistão? Não me parece, até porque os talibãs já dominam distritos a 100km da capital, e impõem a sharia como lei com o aval das autoridades... E se vierem de facto a tomar o poder? Já vimos esta história dos EUA armarem futuros inimigos repetir-se várias vezes. Iraque e Afeganistão até são os exemplos mais actuais, mas nenhum dos arsenais militares se compara ao do Paquistão. É esperar para ver... ou então, sai mais uma guerra preventiva!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sócrates apoia Durão: A Bem da Nação!

Sócrates e Durão: A Bem da Nação!
Apesar de surpreso pela notícia do apoio de José Sócrates a Durão Barroso, o que mais me chocou não foi o facto de o Primeiro-Ministro apoiar a reeleição do actual presidente da Comissão Europeia, mas sim os argumentos nacionalistas utilizados para sustentar essa posição. Sócrates no parlamento não disse uma palavra acerca do mérito de Durão Barroso, do trabalho desenvolvido pela comissão, da capacidade de liderança, dos projectos para o futuro. Pelo contrário, defendeu-se dos ataques da oposição com um discurso patriótico do "se é português é bom", o que revela um total desrespeito pela visão supranacional que deveria orientar os discursos dos líderes europeus nas discussões acerca do projecto europeu e que é típico do provincianismo que muitas vezes caracteriza muitos dos dirigentes da pátria. Claro que também não faltaram as velhas acusações de sectarismo da esquerda, mas onde é que encaixamos então Mário Soares, José Manuel Fernandes ou Vasco Pulido Valente que condenaram em uníssono esta "saloiice" e com quem eu me vi obrigado a concordar?
Eu sei que hoje em dia os princípios contam pouco, mas então fica a pergunta: e se fosse Mário Machado? Votaria Sócrates na sua eleição contra um qualquer estrangeiro independentemente da ideologia? Será que ser português é o critério mais importante quando confrontado com um estrangeiro? Já nos tínhamos dado conta que isso acontece invariavelmente nos relatos radiofónicos dos jogos da UEFA, do Euro ou do Mundial sempre que equipas nacionais jogam contra estrangeiras, mas querer aplicar a mesma regra à União Europeia para além de ridículo é perigoso, porque faz despertar sentimentos que quando levados ao exagero resultam invariavelmente em guerra, e a Europa já testemunhou duas guerras mundiais graças ao nacionalismo exacerbado, e ainda há bem pouco tempo a Jugoslávia se fragmentou através de uma guerra brutal que derivou da mesma problemática. Mas não é isso que aqui está em causa, aquilo que se pergunta é: para José Sócrates, em que lugar encaixa o critério nacional? Acima do mérito, da capacidade, da visão, do projecto? Até que ponto o nacionalismo é mais importante que qualquer outro critério para o nosso primeiro-ministro?
É claro que houve logo um coro de aplausos à coragem de Sócrates. Por exemplo, o director do Sol, José Saraiva, argumenta com o facto de ficarmos contentes sempre que o Ronaldo marca ou ganha um jogo! Eu acho mas é inacreditável como é que se pode comparar o sucesso ou insucesso de Ronaldo com o destino e o futuro da Europa! Sim, porque é disso que se trata. É que eu não vislumbro até que ponto influenciará a minha vida uma derrota ou vitória de Ronaldo! Mas tenho a certeza de que a eleição do presidente da comissão europeia terá uma relação directa no que serão os próximos 5 anos para os europeus, porque dele dependerão muitas das directivas que influirão directamente sobre as nossas vidas, dos portugueses e dos europeus, seja lá qual for a distinção. Porque esse patriotismo da bandeira na janela ou à varanda e em que depois no dia das eleições se fica em casa a mim não me diz rigorosamente nada. Isso não é patriotismo, é provincianismo.
A verdade é que a União Europeia não pode viver refém desta mesquinhez nacional, não pode ser uma soma de nacionalismos, de Portugal à Polónia, da Alemanha à França, correndo o risco de implodir quando todos os líderes decidirem em função da sua própria nacionalidade.
Aproveito também a oportunidade para indagar então até que ponto chega o amor à nossa terra. Nas eleições legislativas o critério então dos habitantes de Castelo Branco será votar Sócrates porque é da cidade. Nas eleições autárquicas votaremos no candidato da nossa freguesia. Para a junta o critério seria votar na pessoa da minha aldeia. No condomínio votarei naquele que for do meu andar. É esta a noção que o PS tem da política de proximidade. Está bem que até pode ser para alguns um bom critério, mas não pode ser de todo um preceito que reja as decisões de um primeiro-ministro. Isto nem num país do faz de contas. É a velha discussão em torno das capelas e das capelinhas e o nacional-umbiguismo ou nacional-amiguismo no seu esplendor máximo.
Claro que todos quereríamos um TGV à porta, um aeroporto na cidade, uma auto-estrada que desembocasse no nosso bairro. Mas não é por amarmos a nossa terra e termos poder para o fazer que agora desataremos a construir elefantes brancos só porque é bom para a nossa cidade independentemente de ser mau para o país. O mesmo se aplica à escolha de Durão Barroso. Não é por ser prestigiante para Portugal que iremos pôr em causa o futuro da União. Barroso foi o criado de serviço na mais vergonhosa cimeira da nossa democracia e que originou a mais vergonhosa guerra das últimas décadas, caracterizada pela mentira e motivada pela ganância de Bush e seus amigos. Barroso é o rosto ultrapassado do neo-liberalismo fraudulento que nos colocou perante a mais grave crise económico-financeira desde a 2ª Guerra Mundial. Barroso foi o homem que deixou Santana como herança, foi o homem que na última cimeira do G-20 não se viu. Não se deverá o protagonismo de Sarkozy, Brown, Merkel e Berlusconi à falta de carisma e liderança do presidente da Comissão Europeia? E de que modo isso se traduz em prestígio para Portugal? Só se for um prestígio à prestige! Um prestígio contaminado pelo petróleo.
Talvez este apoio se deva exactamente ao facto de Barroso ter oferecido uma oportunidade única a Sócrates de obter a maioria absoluta, isto porque ninguém de bom senso vislumbrava alguma espécie de futuro para a dupla Santana/Portas... E até desconfio que o apoio incondicional ao tratado de Lisboa, esquecendo o tão prometido referendo à vontade popular, se deve somente e tão só a isso mesmo, ao nome: Lisboa. Já imaginaram nos livros de história, a par do Tratado de Roma e dos fundadores da comunidade europeia, o Tratado de Lisboa e Sócrates como mentor da nova Europa? Eu não, mas aposto que Sócrates tem vindo a sonhar com isso, apesar do não irlandês e as reticências checas terem transformado aquilo que parecia um belo sonho num pesadelo...
Agora o nacionalismo discute-se internamente através da necessidade de um Bloco Central, a bem da nação. Então estes senhores repartiram o poder nos últimos 33 anos, acusam-se mutuamente sobre as culpas do atraso estrutural que cada vez mais nos caracteriza, da inércia governativa instalada, dos índices vergonhosos que nos afundam nas tabelas de desenvolvimento e querem agora fazer-nos crer que serão eles a salvar-nos? E depois de quatro anos de bloco central, para cima de quem atirariam a responsabilidade da má governação? Por mais que os cartoonistas, humoristas e a generalidade dos comentadores se regozijem com a ideia de Sócrates e Manuela a passear de mãos dadas por São bento, o país não pode aceitar este cenário aterrador de ânimo leve.
Afinal de contas, isto é porreiro para quem pá?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Gestores Públicos: quando a causa é privada!

O Tribunal de Contas revelou hoje que existem gestores públicos que estão a pagar multas aplicadas pelo mesmo tribunal por gestão danosa da coisa pública, com dinheiro... dos serviços que gerem! Parece surreal mas o absurdo toma por vezes forma de realidade.
Então vejamos: estes senhores e senhoras são condenados por má administração de empresas públicas e como se não fosse o bastante para deixarem de o ser, porque não é pedir muito que se procure o mesmo grau de exigência para público e privado, ainda têm o desplante de pagar as coimas a que foram condenados com dinheiros dos próprios serviços que dirigem. Ou seja, ao desviarem fundos públicos para o pagamento de multas dirigidas apenas à sua pessoa por provada incompetência no desempenho das suas funções, estão a cometer o mesmo crime para o qual foram condenados, má gestão do dinheiro que é de todos e para todos! Imaginem agora que cada um de nós iria buscar à sua empresa o capital necessário para liquidar as nossas dívidas pessoais? Pois, aí o nome que se daria para o crime em causa não seria “desvio de fundos” mas sim “roubo”, mas como se tratam de empresas públicas, o laxismo com que se lida com os sucessivos e lesivos “assaltos” aos cofres do estado, e por ordem de razão, aos bolsos dos contribuintes, arranja logo maneira de dar um nome mais simpático à coisa...
Mas o ministério das finanças veio logo assegurar que a "haver utilização indevida de dinheiros públicos, haverá lugar à sua reposição por parte dos gestores"! Reposição? Repitam lá? Roubar é um crime, sobretudo quando se rouba a todos ao mesmo tempo! A frase deveria ser “haverá lugar à punição”, porque o roubo tem uma moldura penal que vai de X a Y anos de prisão, e em nenhum tribunal se viu o juiz a dizer ao assaltante: “olha, repões o que roubaste e vais embora alegremente para a tua vidinha como se não fosse nada”...
Em resumo. Temos gestores públicos condenados em tribunal por má gestão a continuarem a desempenhar funções no lugar para o qual foram nomeados. Esses mesmos gestores pagaram a multa a que foram sentenciados com dinheiros PÚBLICOS, da empresa PÚBLICA que lesaram anteriormente por má gestão. Este acto repetido e danoso de má gestão, má-fé e falta de ética no trabalho tem por parte do governo um sério aviso/castigo: terão que repor o dinheiro!
Depois sai um relatório/alerta do observatório para a segurança que afirma que o apoio à extrema-direita aumenta em Portugal! Estavam à espera de quê? As condições cada vez mais se proporcionam, o caldo de impunidade e ignorância está aí! O mínimo que se pede ao estado para travar a ideologia do ódio e da violência que facilmente é incutida aos jovens e analfabetos, é que faça cumprir a lei e estabeleça padrões mínimos de exigência e ética aos seus funcionários na gestão do dinheiro que é de todos nós! Porque se a democracia não toma a rédea a esta corja de ladrões de colarinho branco que através da cunha e do “amiguismo” inundaram os organismos do estado, facilmente esses extremistas ignorantes e demagogos aproveitam a oportunidade. E não seria tão difícil. Alguém já viu o filme “A Onda”?
Proudhon Nikola

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ai, Portugal, Portugal...De que é que tu estás à espera?

Cada vez mais se vê que a palavra corrupção está na conversa, e no dia-a-dia de todos os portugueses.

De alguns anos para cá ouviu-se falar de casos como o de Fátima Felgueiras com o seu saquinho azul. O caso Portucale e os 24 milhões de euros, sem rasto, dos submarinos; o nosso famoso Avelino e as suas acusações de extorsão, de abuso de poder e de cafeína. O Sr. Major com os seus fogões, o seu título de cônsul honorário da Guiné-Bissau e a presidência da Câmara de uma cidade perto do Porto chamada “Guterres”. O Apito Dourado, os seus famosos intervenientes e conhecidas ocorrências durante o julgamento deste processo. O processo Casa Pia, não esquecendo o alegado aviso de Saldanha Sanches a Ferro Rodrigues que o seu nome estaria envolvido neste processo. Os prémios de desempenho pagos a administradores da EPUL pelo vice-presidente de Carmona Rodrigues bem como as suspeitas de violação do PDM por Santana Lopes e Carmona Rodrigues (a equipa de Maria José Morgado diz que esta violação "...veio beneficiar ilegitimamente entidades privadas, designadamente a Gesfimo”). A conclusão da licenciatura do nosso Primeiro-ministro num domingo e o seu suposto envolvimento no Caso Freeport juntando-se à acusação feita pelo Bastonário da Ordem dos advogados, Marinho Pinto, á Polícia Judiciária de Setúbal, de esta ter combinado o aparecimento da carta anónima que incrimina José Sócrates no caso anterior (Freeport). Não poderiamos, em boa consciência, olvidar Isaltino Morais com o seu dinheiro debaixo da almofada, a sua casa no Algarve e os 7 crimes de que é julgado; etc, etc, etc.

Acho que basta apenas dizer que as autarquias representaram 42% da corrupção investigada pela PJ entre 2002 e 2005.

Continuando.

Gostaria de aprofundar um caso recente.
Falo da "pena" dada ao administrador da Bragaparques, Domingos Névoa.

Este senhor estava a ser julgado no Tribunal da Boa-Hora por ter alegadamente tentado subornar em 2006 o vereador da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, para que este desistisse de uma acção judicial relativamente a uma permuta de terrenos na capital.
O suborno era de 200 mil euros. Um crime desta gravidade pode ir até 5 anos de prisão. A condenação por este acto, foi de 5 mil euros.
Durante o julgamento, Domingos Névoa, acusa Ricardo Sá Fernandes (irmão do vereador), de as propostas de corrupção terem partido dele, e serviriam para a campanha do seu irmão na candidatura à Câmara Municipal de Lisboa. Diz ainda (Domingos Névoa), que a proposta seria de 500 mil euros.

Acho engraçado o modo como o administrador da Bragaparques se defende. Mas o que realmente eu queria dar mais interesse era à pena dada ao crime a que foi condenado.

Tenta subornar e enganar o país, porque isto é subornar e enganar o país, e é esta a pena que lhe é atribuída!?

Não esquecer nunca, que aquele vereador, trabalha onde trabalha, porque o povo assim decidiu, e o seu ordenado é o povo que o paga!

É inacreditável a condenação que foi dada a este senhor. Não foi feita qualquer tipo de justiça! Cada vez menos percebo os tribunais portugueses!

O mais patético desta situação é que, juntando ainda a esta pena escandalosa, pouco tempo depois, Domingos Névoa foi nomeado presidente da empresa intermunicipal "Braval".

A Braval é a empresa de tratamento de resíduos sólidos do Baixo Cávado, que engloba os municípios de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras do Bouro e Vieira do Minho. A Assembleia Geral da "Braval" é composta pela empresa Agere, que detém larga maioria da empresa, e pelos municípios de Amares, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vila Verde e Vieira do Minho. A empresa Agere foi criada em 1999 pela transformação dos serviços municipalizados de água e saneamento do município de Braga em empresa pública municipal.
Em 2005, a Câmara Municipal de Braga privatizou 49% da Agere, que foram vendidos a um consórcio de empresas formado por ABB, DST e Bragaparques (Geswater, SGPS).
Engraçado não é!? Já agora, para director-geral da mesma empresa foi nomeado o genro de Mesquita Machado, presidente da Câmara Municipal de Braga e dirigente do PS.

Felizmente a atribuição deste cargo, recebeu críticas por parte de todos os partidos, incluindo a direcção nacional do PS, “obrigando” assim Domingos Névoa a renunciar o cargo.

Para acabar!

Portugal é cada vez mais um país em que, os crimes de "colarinho branco" não recebem qualquer tipo de punição, ou a punição que recebem, é patética e até com algum teor humorista.
Não podemos esquecer estes "Padrinhos", nem podemos aceitá-los, como se fossem algo de normal na nossa sociedade.
Isto parece cada vez mais um país da América Latina ou da África (falo da corrupção dos seus políticos, como é óbvio).

Alguém um dia cantou “…o povo é quem mais ordena…”, não nos esqueçamos disso!

Filipe Vitor

Sócrates e a Vitimização

A estratégia de vitimização e perseguição levada a cabo por José Sócrates ultrapassou ontem o ridículo e começa a prefigurar-se mais como uma patologia do foro psicológico ou psiquiátrico do que com meras características comportamentais. Isto a propósito da sua mais recente e descabida afirmação de que «O sindicalismo livre de tutelas partidárias serve os interesses de Portugal». A frase em si até é legítima, agora quando vem da boca de um Primeiro-Ministro que discursa exactamente no Congresso da Tendência Sindical Socialista, afecto à UGT que é liderada por João Proença, um alto dirigente socialista, configura em si a ideia de que José Sócrates está a ultrapassar os limites do razoável e só não dá vontade de rir porque creio veemente que o próprio o disse com toda a convicção e sinceridade, não se dando sequer conta do caricato quixotesco da situação.
Ou seja, o que se depreende destas declarações é que o Primeiro-Ministro deseja sindicatos livres de influências partidárias, referindo-se obviamente à "coligação" CGTP/PCP-BE, excepto o seu que por ser socialista já é plural e livre! Se somarmos este episódio a outros mais recentes podemos vislumbrar uma tendência evidente e manifesta para o discurso da auto-vitimização num claro reflexo de desresponsabilização, passando assim do homem providencial que faz e acontece para o pobre coitado a quem todos querem bater. É vítima dos sindicatos, é vítima de uma campanha negra por parte da comunicação social (TVI e Público), é vítima no caso Freeport, é vítima na história mal contada da licenciatura tirada com exames ao domingo, é vítima na anedota que são os projectos das casinhas da Guarda, é vítima do défice do governo anterior, é vítima da crise internacional, é vítima dos "poderes ocultos" e das "fugas de informação", é vítima em tudo aquilo que possa ser alvo de crítica ou opinião divergente.
Esta auto-desculpabilização e eleição do outro como bode expiatório não passa a meu ver de uma estratégia concertada que visa ocultar a actual baixa auto-estima que assola o nosso primeiro-ministro, resultado de um egocentrismo e egoísmo que foram caracterizando a sua actuação ao longo destes últimos 4 anos e que foram resultando quando o vento soprava a favor, mas que agora já não servem por ver o país e o mundo desabarem a seus pés logo no ano de eleições. Isto é, o culto do líder que tudo pode e tudo faz e que foram apanágio deste governo e da maioria parlamentar que o suporta só serve quando a maré está de feição, caso contrário e quando as coisas começam a correr menos bem desviam-se logo as atenções para aqueles que querem mal ao "nosso querido líder", não podendo este ser responsabilizado por episódios e políticas que geram e levam à contestação por parte das pessoas porque a José Sócrates só se podem associar factos positivos em manobras de propaganda dignas de regimes funestos, como a contratação de criancinhas para preencher cenários ou como a entrega de computadores Magalhães aos miúdos durante apenas o período em que decorrem as visitas do primeiro-ministro às escolas para se retirarem logo de seguida, mal a comunicação social abandona os locais onde decorrem as mesmas. Relembro-lhe é que as pessoas que se manifestam na rua, nos cafés, no quotidiano... não têm uma central de propaganda por trás que lhe delineiam os planos de protesto. Pelo contrário, insurgem-se genuinamente contra políticas que acham abusivas dos seus direitos. Não partem montras nem provocam as autoridades, não são desordeiras nem violentas. Expressam a sua discordância pelo método mais pacífico e democrático que encontram para traduzir o seu descontentamento, e o nosso primeiro-ministro corre logo a dizer que são marionetas dos sindicatos.
Caro primeiro-ministro, essa atitude de fuga constante à crítica, os incessantes reparos que faz à oposição confundindo debate com insulto, discussão com ofensas, em nada o dignificam a si, ao Partido Socialista, ao Governo e ao País. Pelo contrário. Essas irritações constantes são contrárias à cultura democrática. Essa fuga ao debate com a pequena política que o caracteriza é o sinónimo da sua desorientação quanto ao futuro do país. Se alguns o descrevem como persistente outros dirão que é obstinado, se lhe disserem que é firme outros pensarão que é teimoso, se o qualificarem como inflexível outros pensarão que é birrento. Chama-se a isso divergência de opinião e em democracia temos que conviver com ela. E há um ditado antigo que diz que o maior ignorante é aquele que pensa que tudo sabe. E já o meu avô dizia que saber ouvir é uma grande virtude.

Daniel Nicola